Para cada fenômeno, 80% das consequências vem de 20% das causas.
Vilfredo Pareto, um economista italiano, em 1897, realizou um estudo estatístico que, mais tarde, viria a se tornar conhecido como Lei de Pareto ou Regra 80/20.
Naquela ocasião, ele estava analisando os padrões de riqueza e renda na Inglaterra e constatou que a maior parte das riquezas estavam nas mãos de poucas pessoas. Até aí, nada de mais.
Mas o que chamou a sua atenção foi um padrão, uma relação matemática entre a proporção de pessoas e a renda recebida por este grupo: 20% das pessoas de qualquer grupo que ele estudasse, detinha 80% da riqueza disponível.
Essa distribuição desequilibrada recebeu o nome de Lei de Pareto ou Regra 80/20.
Uma interpretação e aplicação muito boa desse principio eu li num livro de Max Gehringer:
“Vilfredo Pareto,ficou famoso por ter formulado a lei que hoje leva seu nome. Segundo ela, em qualquer país do mundo, 20% das pessoas concentram 80% das riquezas. Em qualquer empresa de que se tem notícia, 20% dos clientes respondem pelo total de 80% dos negócios. Em qualquer fábrica, seja nacional ou estrangeira, 20% dos componentes de um produto, ou de um equipamento, representam 80% do custo.
Ao dar a mesma importância a todos os fatores, dizia Pareto, as empresas estavam deixando de se concentrar no que realmente interessava. Foi por causa da lei de Pareto que surgiu a curva ABC, usada havia 75 anos pelas áreas de compras. Itens menores devem ser comprados em quantidades bem grandes para que ninguém fique perdendo tempo com ninharias.
Pareto formulou sua teoria em 1906, quando já estava com 58 anos. Mas isso não é incrível.
Incrível é que ninguém, antes de Pareto, tenha percebido algo que hoje parece tão óbvio.
A lei de Pareto não era apenas econômica, era também sociológica. Pense um instante em sua empresa. Você perceberá que 20% dos funcionários são responsáveis por 80% das confusões, das reclamações e dos mal estendidos. Nesse caso, bastaria eliminar esses 20% e a vida na empresa seria uma maravilha, correto? Segundo Pareto, não. Porque, imediatamente, outros 20% passariam a se comportar exatamente como os eliminados se comportavam.
Assim, em qualquer organização, é inevitável que existam 20% de chatos, de sanguessugas, de preguiçosos ou de carreiristas. Esse é o dado perverso da lei de Pareto. Mas há também o outro lado, o lado bom. De cada cinco colegas em sua empresa, quatro são “gente fina”. O problema é que o quinto, sozinho, será responsável por 80% das angústias que você terá...”
(Max Gehringer, Clássicos do Mundo Corporativo, 2008)
Portanto, como diria Pareto, não se preocupe demais. Preocupe-se, apenas, com os quintos!